C R E P Ú S C U L O
Na abóbada celeste o sol se balança
E assim de várias cores vai pintando o horizonte
Lentamente atrás dos montes, vai sumindo e lá descansa
Aos poucos a noite avança, com estrelas que não há quem conte
O sol que das cores é fonte, aos poucos seu calor se amansa
Doce como uma criança, no colo da noite se esconde
Só eu que não sei pra onde, se foi a minha esperança
Que as alegrias de ontem, em novo amanhã desponte.
E na hora do crepúsculo, os horizontes multicores
Trazendo-me tristeza e dores o nostálgico lusco-fusco
E a vida deu-se ao luxo de mudar-se em dissabores
As lembranças dos amores, que se foram em gestos bruscos
Meu olhar tornou-se ofusco, tanto que chorei, horrores...!
De uma vida de flores, transformada em galhos murchos
Assim o destino rústico, numa inversão de valores
Numa vida só de dores, transformou-se a paz que busco
A paixão não resolvida destruiu minha auto-estima
Em versos de poucas rimas, minha alma consumida
Minh’alma desiludida que o meu corpo pouco anima
E aos poucos, nesse clima de esperanças perdidas
A existência inibida, por falta de adrenalina
Ao abismo se declina e assim nessa descida
Ao ocaso, à desdita pouco a pouco termina
Sentindo que se aproxima, o crepúsculo da vida