VERDADEIRAS CONTRADIÇÕES

Foi o que tristemente descobri

Quando acordei,

Via todo o meu ser

Numa verdadeira contradição,

Posto que minha morte

Ninguém me via sofrer.

Assim mal podia dizer

Que o maior culpado,

Daquele penoso sufrágio

Era tão somente:

Você!

Que malvadamente de maneira inocente

Dispensou-me o funeral,

E por isso ando

Sem que percebam toda confusão.

Sorriem,

Brincam e me fazem brincar,

Os transeuntes

Acenam-me apressadamente,

Contudo meu corpo

Permanece quente,

Vivo...

E respiro intactamente.

Ah!

Mas meu coração dilacerado

Já fez questão

De desvanecer-se em si mesmo.

E definitivamente sozinho

E único vê,

Que a minha pobre alma dilacerada

Sabe que o maior responsável

Ainda é você!

Dezembro 2011