Dilema
Amiudado estou ao falar de amor
Ando babélico sobre o que fazer
Cabisbaixo com um único pensamento em mente
Doido, deixando meu inconsciente assumir o controle.
Fico ébrio sem querer
Busco egressão e não consigo
Torturo-me ao afugentar meu olhar de teu sorriso.
Penso estar fadado à infelicidade,
Golpeio a mim mesmo, bloqueando sentimentos
Busco palavras que possam expressá-los
Ou que me deixem aliviado
Nada, nada, nada...
Vou me esvaindo aos poucos
Busco a solidão em meio aos amigos,
Não me consolo em nenhum abraço e,
Não há palavra que ajude.
Afogo-me em um açude mesmo sabendo nadar
Fico remoendo a lembrança e vendo tudo se apagar.
Tenho medo do ímpeto.
Estou volúvel e temo não ser freado.
Impotente, reduzo-me a pó,
Só ofereço perigo a mim mesmo.
Silêncio.
Meditação.
Mais um grito oprimido.
Cansaço, falta de ar, batimentos acelerados,
Volto à folha que ainda não amassei
Não sei mais fazer poemas
Vivo a dor de meu dilema
Preciso de você e não posso lhe procurar
Por que tudo de novo, se já havia aprendido a não sonhar?
Vou em busca do meu fracasso
Minha calma dá lugar ao nervoso em sua presença.
Esqueço as palavras,
Mãos trêmulas, olhos baixos,
Supervisão dos gestos,
Noites mal dormidas,
Você não foge e pede que lhe esqueça
Pego e, com culpa, solto suas mãos.
Não quero aproximação, mas você senta ao meu lado
Atrai-me observar-lhe os movimentos.
Agora me policio. Preciso esquecer.
Se me perder de sua companhia, também vou me perder
Se amar é crime, confesso-me culpado.
Meu coração está em suas mãos,
A cada dia sem você
ele é ferido novamente.
Está parando de bater aos poucos.
Choro por cada poro de meu corpo
Não vou conseguir.
Dessa vez pensei em fugir, não me foi permitido,
Negação.
Começo a sorrir de desespero
Dançar quando ninguém me vê
Quem pode me salvar está me matando
Logo eu que morreria por você.
Amar também é sofrer.
Tati Dalat 2010