Aqui na comunidade, a vida não é mole irmão.
E só navalha na carne e a boca do Dragão.
O pobre trabalhador quando volta para sua goma.
Com o minguado salário e o malaca vem e toma.

Nervoso volta pra casa com vergonha de dizê.
Esta noite no barraco não tem nada pra cumê.
A mulhé que arrecrama e o fio chora de fome.
E o pobre chora no canto, tem vergonha de se homi.

Aí toma a atitude, de buscar o que perdeu.
É só navalha na carne, e o vagabundo morreu.
Agora pegou o gosto, e foi buscar um canhão.
Assim a comunidade fabricou mais um ladrão.

A mulhé num arrecrama, e seu fio tem comida.
Mas lá embaixo no asfalto, alguém pagou com a vida.
Agora é cavalo doido, assim é as coisa irmão.
Jogou a navalha fora, agora é boca do dragão.

Mas lá embaixo com a polícia, é onde o bicho corre.
Se é mala vira noticia, ele não é preso só morre.
E aqui na comunidade, a vida não é mole irmão.
É só navalha na carne, e a boca do dragão.


ÔripeMachado.

 
Oripê Machado
Enviado por Oripê Machado em 29/11/2011
Reeditado em 29/11/2011
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