“Suçuarana e o Minerin.”
Eu era filis, no meu cantin.
Fazeno meu cafezin, agachadin.
Sem deve nada pra ninguém.
Ocê se proximô divagarin.
Foi falano dimansin.
Pidino pra mim um cantin.
Mode acoitá seus terém.
Eu era um rapais bãozin.
Ofereci cafezin.
Te arrumei um cantin.
E ajuntamu os terem.
Era a vida queu quiria.
Era tudo maravia.
E ocê gostô tamém..
E se agarramo com gana.
Ocê a suçuarana.
Eu um turdio fogoso.
Nois lutava o dia intero.
Nunca se viu um minero.
Cum um vivê tão gostoso.
Mas entudo a gente se ingana.
Foi simbora a suçuarana.
I fiquei aqui sozin.
O meu dinheiro ela levo.
Num liga não, eu ti dô.
Pra mim num tem serventia.
Pio é o jeito que tô.
Pruque ocê carrego.
Tuda a minha aligria.
Agora nesse cantin.
Eu continuo sozin.
Bebendo garapa di cana.
Ah cumo a gente se engana.
Mardita suçuarana.
Pruque num assussegô?
Eu ti dava garantia.
Ia inté forma famia.
Eu sei, ocê num gosto.
Ocê num pricisa vortá .
A vida vai ti insiná.
U que eu tentei te dizê.
Vô fica aqui sozim.
Mas aí no seu cantim.
Ocê sofre pra aprendê.
OripêMachado