NÃO SOU DONO DE MIM
NÃO SOU DONO DE MIM
Os pássaros cantam hosanas por ti
A bruma se faz branca como a neve
Piscam os pirilampos aqui e acolá
Brotam viçosas as flores
A madrugada retrata a tua graça
O sereno orvalha teu rosto
O mais garboso lírio reverencia-te
Pintam-te cópia da madona
Tuas tranças balançam ao sabor do vento
Sua beleza está além da rosa
Suspiro do recôndito do peito
Meu pranto banha meu rosto
Não sou dono de mim... piegas
Retratam-me um cravo murcho
Sou livro de páginas em branco
(novembro/2004)