DESALENTO
"Eu faço versos
como quem chora
de desalento,
de desencanto"
(Manuel Bandeira)
O meu ser grita na poesia
Na fria noite de demência;
E quão intensa é a agonia
Na turva noite sem clemência!
Oh! ansiedade, desalento!...
Ai! essa dor me asfixia!...
Oh! tudo em mim é tão intenso!...
Tudo é inverso ao que eu queria!...
Tenho vontade de morrer!
Tão fatigada e abatida
Eu não tenciono mais viver
Nessa existência descabida!
Eu tenho alento nos meus versos,
entremeados na poesia...
Versos sutis,porém funestos,
São secretados d'alma fria!