Por descuido

Em uma tarde, onde, pela janela comtemplava o pôr do sol mais belo, resolvi caminhar.

Percorrendo um caminho incerto por mais de uma hora caminhei quando dei conta estava perdida, sem rumo....sem destino...

- Exausta, avistei de longe uma casa simples que, achei, estivesse abandonada no meio do deserto.

... Chamei por alguém, vi um semblante de homem.

"Convidou-me pra entrar e me oferece água"...

- Comoveu-me ao falar de sua solidão e da falta de amor que reinava em sua casa!..

Fitei-o profundamente nos olhos. Uma solidão absurda o fazia de escravo, trazendo-lhe uma amargura na face sem brilho, sem paixão....

Estava muito calor. Meu corpo todo molhado pelo suor da caminhada. E meu vestido estava molhado , pelo corpo que transpirava.

Ele me olhou com ternura e mesmo sem amor nos olhos senti um misto de emoções.....tocou-me carinho na face. DE uma só vez, com suas mãos, tirou meu vestido....parado, não acreditando que estava diante de uma mulher.

- Meu coração pulsava. Cheguei a sentir que a qualquer momento ele ia explodir tamanha era minha emoção.

O sol já não mais pertencia ao dia e ali permaneci...

- Entreguei à esse homem desconhecido o bem maior que carregava comigo: - O meu corção cheio de amor e alegria..

Eu não carregava bagagem, somente a roupa que já estava jogada naquele quarto, onde nos amamaos naquele final de tarde.....

Na manhã seguinte não consegui partir. Fiquei encantada nos braços daquele homem que nunca tinha visto. Nem mesmo sabia seu nome......

- Abri as janelas. O sol já fazia companhia. Um cheiro de flores invadiu a casa simples, bem cuidada e já não mais vazia..

Ali permaneci, pois fui bem recebida.

Tornei-me mulher, amiga, amante e conpanheira fiel....

Ele trabalhava na terra, carpia o mato que crescia, plantava a semente. Sobrevivia disso. Suas mãos eram calejadas. Tinha uma vida difício mas não reclamava. Trabalhava alegre todos os dias. Seu semblante era brilhante, saltava aos olhos de quem o via.

Sua vida e sua casa, agora, eram feitas de amor, que era tudo que lhe faltava. Construiu um castelo e disse que encontrou o amor nos meus braços.

Seu coração se encheu de luz. Se apaziguou nos braços desse amor.

- Havia muito amor e uma semente foi plantada, regada e nasceu uma bela flor.Seus olhos tristes se alegaram com a chegada de mais essa moça. Ele não se cansava de admirar seu rosto delicado obra de um verdadeiro escultor. Durante alguns anos eles foram muito felizes.

"Mas, por descuido, esse homem dedicou-se mais as terras e descuidou-se do amor. O mofo voltou, as luzes se foram. Seus olhos fecharam a escuridão se fez, pois ele permitiu que voltasse a melancolia".

Trabalhava todos os dias na terra. Mas não tinha mais amor para com as sementes que plantava .

Se debatia numa terra seca e pedia por socorro.Sozinho se perguntava: onde está o amor?

Faltou-lhe água e ficou sem alimento..

Da água que ele bebia não se saciava mais. Do alimento que comia, não se satisfazia mais, pois, se descuidor do seu bem mais valioso: A família.

- Via-se que sua lavoura prosperava. Avistava-se de longe o enfeitado tapete verde do mais belo milharal já plantado.

Sua colheita se tornava cada vez mais farta. Prosperava cada dia mais e mais. Ma por descuido ele não via que os beijos secavam e a boca se fechava para a fala.

O namoro diário findou. Ele não mais via sua cama como um ninho de amor. Era apenas mais um móvel, um lugar para dormir.

Ele abriu a porta da ambição. E não via que assim perdia sua família.

Um dia ele acordou, e olhou para o travesseiro vazio. Não me encontrou!

- Seu amor havia partido. O amor que ele tanto buscou.

No quarto apenas o vestido pendurado.

Ele se recordou da bela mulher que um dia entrou por sua porta.

A única que se entregou a ele por amor.

Ele a perdeu por motivos torpes, deixando de cultivar a semente do amor.

"Por ganância não se importou comigo, que entrei naquela casa me doando para aquele homem desconhecido".

- Não se importou comigo, que plantei a semente do amor em seu coração de pedra.

"Por descuido ele simplesmente não soube cultivar a semente do amor"!

Dejane Matos
Enviado por Dejane Matos em 15/11/2011
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