NÃO HÁ MAGOS P’RA BELÉM
Uma voz profunda, penetrante,
Numa noite de trevas me assaltou
Em sonho de cariz apavorante,
De terror insidioso e assim falou:
“Já não há estrelas no Céu
Nem há magos p’ra Belém
Há um negro e denso véu
Que se olha com desdém”.
É o mundo enfermo, agonizante,
Enlodado pelo monstro que criou
Desemprego… e a fome causticante
Miséria que “ algum poder” aceitou.
Protestos estridentes se levantam
Também vozes maviosas em coral
É desespero dos que ainda se agigantam
São crianças a pedir um Bom Natal.
E no dia de tão grande esplendor
Que a paz enche o nosso coração
Demos fora ao tal monstro agressor
Enxotemo-lo deste mundo de aflição.
Pela fé, pela esperança que nos guia
Irmanados devemos dar as mãos
Não ficar por retórica de nostalgia
Ajudando com amor e elevação.