Solstícios e Equinócios

O que podemos fazer no início da manhã,

quando as lágrimas insistem em rolar?

Diga-me de quantos sonhos abriu mão,

em troca de mais um dia cinza na cidade?

Dos caminhos por onde andamos,

onde esteve o perdão tão proclamado?

Talvez em algum púlpito de uma igreja, perdido...

.

Quais sorrisos daremos ao final do dia,

se o que temos é tão pouco para seguir em frente?

Diga-me quantas pessoas abandonastes,

em troca de mais uma oportunidade rumo à felicidade?

Das estradas que percorremos na sola do sapato,

onde esteve o amor tão desejado?

Talvez em algum livro velho de romance, escondido...

.

Para onde iremos no início da noite,

se não há nenhuma porta aberta nos esperando?

Diga-me se valeu à pena acreditar em uma fé invisível,

se o que nos sobrou foram os escombros de um passado triste?

Das pontes que atravessamos sobre fortes correntezas,

onde esteve a redenção dos remorsos de outras vidas?

Talvez em alguma epístola de um livro sagrado, desprezada...