Morrerei hoje.
Morrerei hoje.
Sim, hoje eu morrerei para o mundo.
Morrerei para as injustiças da vida.
Morrerei para todas as minhas feridas.
Sim, eu apenas e somente estou de partida.
Sim, eu sempre estou de partida.
Esse mundo não é para mim.
Esse mundo não é meu.
Não, eu não inventei esse mundo.
Esse é o mundo que os outros inventaram.
Esse é o mundo que me obrigaram a engolir
Então hoje eu morrerei para esse mundo artificial.
Eu morrerei para toda injustiça do mundo.
E morrerei para toda discriminação sofrida.
Eu morrerei para essa coisa vãs.
Sim, nada agora desse mundo poderá me tocar.
Porque agora o mundo para mim não mais existe.
E eu sou apenas a sombra de tudo que existe.
E, não, para mim nada mais existe.
Eu morrerei hoje.
Morrerei no coração daqueles que tanto mal me fizeram.
Morrerei para a lógica angustiante desse mundo pericritante.
Caminharei como um adante sem rumo.
Sim, eu caminharei sem jamais olhar esse mundo que tanto mal me faz.
Agora só me restou a morte.
Porque foi tentando ser feliz, que eu encontrei a tristeza.
Foi lutando, que encontrei a injustiça.
E foi querendo desperadamente viver que eu encontrei a morte.
Sim, foi desejando desesperadamente viver que eu encontrei a morte.
Sim, eu encontrei a morte porque ela sempre esteve dentro de mim.
Sim, a morte sempre esteve dentro e fora de mim.
Então, hoje eu morrerei definitivamente para as coisas vãs desse mundo.