CONTRADIÇÃO
E agora me assusta este novo tempo
Que me fala de futilidades.
Na nulidade do que me vai na alma
-sob a visão do mundo-,
jogo flores na vala profunda
que a procela sulca em mim.
Silencioso e assentado na borda do precipício,
contemplo o vai e vem das ondas
e o caldo efervescente
me seduz como Medeia e seus conflitos.
Se por um lado penso em me lançar às águas,
por outro busco a segurança da escarpa.
E, assim, vou vivendo os dias
na contradição de mim mesmo
em choque com os outros eus
que espreitam meu silêncio
e instigam a tormenta sob meus pés.