CONTRADIÇÃO

E agora me assusta este novo tempo

Que me fala de futilidades.

Na nulidade do que me vai na alma

-sob a visão do mundo-,

jogo flores na vala profunda

que a procela sulca em mim.

Silencioso e assentado na borda do precipício,

contemplo o vai e vem das ondas

e o caldo efervescente

me seduz como Medeia e seus conflitos.

Se por um lado penso em me lançar às águas,

por outro busco a segurança da escarpa.

E, assim, vou vivendo os dias

na contradição de mim mesmo

em choque com os outros eus

que espreitam meu silêncio

e instigam a tormenta sob meus pés.

Paulo Pazz
Enviado por Paulo Pazz em 09/11/2011
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