Transparência

Transparência

Eu nunca quis ser poeta...

Só tinha mania de escrever.

Mas minhas manias viraram versos

E nos meus versos, escrevi o meu jeito de viver.

Eu nunca quis dividir com o mundo,

Essa dor que escondo dentro do peito

E que de repente deixei transparecer.

Eu nunca queria que alguém soubesse,

Que eu teria outra vida, se pudesse,

Porque essa, apenas me faz sofrer.

Eu nunca fui eu...

Fui apenas o que queriam que eu fosse,

Como se construíssem uma cerca,

Em volta do meu viver.

Demarcaram meus limites,

Definiram meu destino,

E me trancaram numa clausura cor de rosa,

De onde nunca mais saí.

Por isso, comecei a tecer fantasias,

E quando as coloquei no papel,

Às vezes tinham o amargo do sal

E em outras, a doçura do mel.

Dizem que são poesias.

maria do rosario bessas
Enviado por maria do rosario bessas em 07/11/2011
Código do texto: T3321870