DESCIDA SEM FIM
A onde fôstes menina de rua ,
que da casa perdestes o rumo ...
E que nas paredes escuras,
fizestes o teu aconchêgo ...
Tem horas na noite , que ,
choras as tua angústia ...
Sem vintém e maltrapilha ,
na primeira vêz ,
pensando em melhorar ,
te jogastes nas esquinas .
O tempo passou , e ,
já não és mais menina ...
E agora o que és ?
Pobre boneca sem luxo ,
estampando o estrago ,
que o tempo te fêz ...
Por fora sêda e cetím ,
por dentro um pano ,
de algodão desbotado...
Mostrando que este caminho ,
é uma descida sem fim .