CIRANDA BELZEBU
Eu!
Forca ambulante,
Como gente suicida,
Que ainda desgostosa traço,
A cada passo uma meta sem destino,
Ausente de favores e deveres apagados;
Entro na ternura do estranho,
Arrebato nostálgica..., o vil,
E deixo minha carcaça dançar...
Também eu!
Que cristo não carrego,
Pois, arreganho-me e falo do grande falo da coisa,
Que me veste com seus olhos - o desejo da carne quente,
Onde espectros sobressaem como andróginos mercenários,
Da mestra linha entre o meu fluir do tênue ao pecaminoso.
E todas nós!
Barrigas de aluguéis que inflam,
E parem filhos sem o nosso sobrenome,
Como a defecar meras incertezas,
Do não querer, desta vida desgraçada!
Atada a romper com a iniqüidade do meu isolamento,
Apenas consternada e quieta a ver esse mal passar,
Pesco com as minhas unhas roxas de prostituta,
A pedir a comida das injustiças que é a minha dor.
Mais fácil eu subir os degraus dos desconselhos,
Do que amarrar-se na minha não sorte,
Descendo os degraus dos mandamentos.
Humanos tentam mais que a garganta profunda,
Que engoliu muda - o sabor da inexistência fecunda,
Gritar o que nos mata silenciosa, travestidas de sabores...,
Dentro desta ciranda entranha, vida minha dos horrores!