CIRANDA BELZEBU

Eu!

Forca ambulante,

Como gente suicida,

Que ainda desgostosa traço,

A cada passo uma meta sem destino,

Ausente de favores e deveres apagados;

Entro na ternura do estranho,

Arrebato nostálgica..., o vil,

E deixo minha carcaça dançar...

Também eu!

Que cristo não carrego,

Pois, arreganho-me e falo do grande falo da coisa,

Que me veste com seus olhos - o desejo da carne quente,

Onde espectros sobressaem como andróginos mercenários,

Da mestra linha entre o meu fluir do tênue ao pecaminoso.

E todas nós!

Barrigas de aluguéis que inflam,

E parem filhos sem o nosso sobrenome,

Como a defecar meras incertezas,

Do não querer, desta vida desgraçada!

Atada a romper com a iniqüidade do meu isolamento,

Apenas consternada e quieta a ver esse mal passar,

Pesco com as minhas unhas roxas de prostituta,

A pedir a comida das injustiças que é a minha dor.

Mais fácil eu subir os degraus dos desconselhos,

Do que amarrar-se na minha não sorte,

Descendo os degraus dos mandamentos.

Humanos tentam mais que a garganta profunda,

Que engoliu muda - o sabor da inexistência fecunda,

Gritar o que nos mata silenciosa, travestidas de sabores...,

Dentro desta ciranda entranha, vida minha dos horrores!

Setedados
Enviado por Setedados em 23/10/2011
Código do texto: T3294308
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