Imaginado
Seu interior é o reflexo
deste formigueiro.
É o reflexo do desfiladeiro de onde fujo.
Do lugar escuro que sobrepujo
Do poder que me atrai, da fascinação
Que me decai.
Tudo, pois penso que o poder de mudar
está ligado ao luar.
Não apenas por ser.
Mas por ser e dizer,
Por ficar e estar,
Constantemente à mudar.
Mas não mudei, e nem esquecerei, pois
mudar por você é como morrer.
Porque ficar com você é desmerecer, tudo
que um dia pude poder.
É descansar à sombra da sabedoria
E dizer aos céus, que não poderia.
Porque com todos os segredos revelados
o tempo nos trancaria em relicários.
Isso porque não é prudente
Nem inteligente
Defender algo displicente.
Sua beleza está na obscuridade do imaginado.
E então, te possuir seria um pecado.
Pois há doces sonhos e amargos desejos,
Que não se mesclam ao desespero,
Mas se multiplicam emergidos em seu desapego.