CRUZ
Ah; esse inferno do dia a dia
Que alucina, escraviza.
O acordar é um peso
Que eu, já não agüento...
Onde o sol está?
Onde está a luz?
Estou preso à cruz
Do anoitecer, do que me resta...
Onde está o ar limpo?
Onde está a água cristalina?
Sufoca quando respiro.
O beber da água me contamina...
Cruz maldita de dor e confusão,
Dilacera meu coração.
Angustia de cada dia
Aniquila uma vida...
Seca relva, é o lugar que piso.
O ardor, é só o que sinto,
Nesta minha selva.
Vou começar a caminhar
Pelas estradas de asfalto.
Talvez lá, venha encontrar,
Uma ajuda no ato...
A urgência,
Me impede de esperar.
A dependência,
Me faz cair e chorar.
Quem será que tem um alicate
Pra retirar os pregos que me batem,
Fazendo-me na cruz ficar
Para mais um dia vegetar...
(PEREZ SEREZEIRO)
José R.P.Monteiro – SCSul SP serezeiro@yahoo.com.br serezeiro@hotmail.com