CRUZ

Ah; esse inferno do dia a dia

Que alucina, escraviza.

O acordar é um peso

Que eu, já não agüento...

Onde o sol está?

Onde está a luz?

Estou preso à cruz

Do anoitecer, do que me resta...

Onde está o ar limpo?

Onde está a água cristalina?

Sufoca quando respiro.

O beber da água me contamina...

Cruz maldita de dor e confusão,

Dilacera meu coração.

Angustia de cada dia

Aniquila uma vida...

Seca relva, é o lugar que piso.

O ardor, é só o que sinto,

Nesta minha selva.

Vou começar a caminhar

Pelas estradas de asfalto.

Talvez lá, venha encontrar,

Uma ajuda no ato...

A urgência,

Me impede de esperar.

A dependência,

Me faz cair e chorar.

Quem será que tem um alicate

Pra retirar os pregos que me batem,

Fazendo-me na cruz ficar

Para mais um dia vegetar...

(PEREZ SEREZEIRO)

José R.P.Monteiro – SCSul SP serezeiro@yahoo.com.br serezeiro@hotmail.com

Perez Serezeiro
Enviado por Perez Serezeiro em 21/10/2011
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