Traição

A traição como ato pudico

Torna-se fato se precedida

De amor verdadeiro,de paixão

Somente a pessoa amada

Tem o poder de trair

Pois quem ama simplesmente ama

Não precisa de outro corpo

De outra boca de outro ser

Precisa somente de seu amado;

O traidor por sua vez

Não ama, não sente carinho

Não sente o menor apreço

Ou mesmo respeito pelo seu amante

Sente somente o desejo carnal

A vontade súbita de sentir

O calor alheio de outro corpo;

O traidor é como um verme

Sedento pela carne que não lhe pertence

Rasteja seu ventre sobre outro

Engolindo desesperadamente

Entregando-se como puto vulgar

Lambe os seios e o leite

Que lhe escorre a boca

Matando sua sede de traidor

Saciando sua vontade

De provar todo o leite

Derramado do gozo da traição;

O traidor não tem moral

Não tem escrúpulos

Tem a vida imunda e rastejante

De um verme que vaga pela noite

Em busca de sua comida

E quando a encontra

Perde ainda mais sua compaixão

Deleita-se dos lábios de outro

Como se estivesse tocando seu amante

Comenta ao ouvido as mesmas palavras

Que ouviu antes de sair de casa

Ri-se do fato consumado

E da malandragem de ter enganado

De ter feito idiota, tolo

Aquele que lhe apreça amor

Deixa de lado seu respeito

Sua falsa admiração

E carinho pela pessoa que o ama;

O traidor trai por prazer

Pelo desejo incontrolável

De fazer sofrer, de amaldiçoar

De enganar quem lhe cativa respeito.

Alejandro Ribeiro
Enviado por Alejandro Ribeiro em 21/10/2011
Código do texto: T3289901