versos para a rosa purpura
Nas noites escuras do mundo
Tu, rosa púrpura, és regada ao desconsolo,
Brotas no asfalto molhado pela neblina da noite.
Quem dera eu pudesse colher-te das encruzilhadas,
Das vielas escuras e escarnecidas,
Curar-te as feridas com a minha poesia humilde,
Vislumbrar tua beleza tão cheia de pejo.
Queria eu somente experimentar desse néctar
Quem escorre compassado de teus lábios,
E assim reencontrar-me em mim mesmo,
Como quem nunca soube ao certo quem foi um dia.
Quem dera, tu não jogasses essa tua pureza fora,
Nos braços qualquer dos sonhos passageiros e noturnos.
Escuta agora este mar que bravio clama em meu nome,
Sente este vento que agora de certo toca teu rosto,
Esforça-te para ao menos uma vez ler as linhas que a vida escreve,
E eu sei que em algum momento, irás perceber quão grande e sincero é este meu amor,
Capaz de contentar-se apenas com teu olhar indiferente
E teu sorriso quase sem força.