O último encontro – Adeus
Pequenas nuvens negras acima de nossas cabeças
Mentes agitadas e pensamentos inquietos
Sentindo a maresia, e em seu colo deitada
Tento compreender suas palavras mudas e engasgadas
De novo a fria brisa
Também nos perseguem as lacunas vazias
Inclusive a da tão desejada sinceridade
Tanto na embriaguez e na sobriedade
Quanto na perversão e na castidade
Diante das luzes da cidade noturna
Somos apenas duas almas diante da ressaca do mar
As mesmas ondas que vejo em seu olhar
Seduzindo-me perigosamente
A me aproximar lentamente
Beijo repelidos entre carinhos rejeitados
Diante do olhar dos gatos adormecemos
Até o sol invadir o quarto
Meu coração de prata perdido
Que também não serve para amar
Também em algum lugar abandonado
Esperando a Bad Trip passar
Como curtir o momento
Se quando no dia seguinte com pequenas ranhuras
Tudo se transforma em nada
Se resumindo a coisa alguma?
Ficando somente o desejo
De vê-lo sóbrio como quando bêbado
Neste dia arrastado
Onde de tudo somente restará
No meu casaco
o cheiro do seu cigarro.
Sobre A.D.R. - 25/08/2011