O último encontro – Adeus

Pequenas nuvens negras acima de nossas cabeças

Mentes agitadas e pensamentos inquietos

Sentindo a maresia, e em seu colo deitada

Tento compreender suas palavras mudas e engasgadas

De novo a fria brisa

Também nos perseguem as lacunas vazias

Inclusive a da tão desejada sinceridade

Tanto na embriaguez e na sobriedade

Quanto na perversão e na castidade

Diante das luzes da cidade noturna

Somos apenas duas almas diante da ressaca do mar

As mesmas ondas que vejo em seu olhar

Seduzindo-me perigosamente

A me aproximar lentamente

Beijo repelidos entre carinhos rejeitados

Diante do olhar dos gatos adormecemos

Até o sol invadir o quarto

Meu coração de prata perdido

Que também não serve para amar

Também em algum lugar abandonado

Esperando a Bad Trip passar

Como curtir o momento

Se quando no dia seguinte com pequenas ranhuras

Tudo se transforma em nada

Se resumindo a coisa alguma?

Ficando somente o desejo

De vê-lo sóbrio como quando bêbado

Neste dia arrastado

Onde de tudo somente restará

No meu casaco

o cheiro do seu cigarro.

Sobre A.D.R. - 25/08/2011

Gizely Amorim
Enviado por Gizely Amorim em 19/10/2011
Reeditado em 23/10/2011
Código do texto: T3285963
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.