JÁ ME ACOSTUMEI COM A ESCURIDÃO DO POÇO

Não escuto barulho diferente

Do que já venho ouvindo há anos

A água escorre na parede de carne

Unhas falhas enfeitam dedos sangrentos

Já me acostumei com a escuridão do poço

Montei meu próprio mundo aqui no fundo

Já me acostumei com a escuridão do poço

Há tempos estou aqui, que já nem me importo de sair

Até quando vou aceitar e me submeter

Até quando vou aceitar ficar aqui

Sozinho, rastejando e me fartando de restos

Sem motivos pra viver ou pra sorrir?