eu vejo


eu sou tão difícil e tão inflexível
eu sou tão brilhante que ofusca sua visão
eu sou tão você que o teu medo de me encarar é evidente

eu sou tão iniciante que você se projeta em mim na sua mais dura lembrança
eu sou tão seletivo que escolhi você
e não esperei reclamações de alguma espécie

eu vejo alguém amargurada e indócil
eu vejo alguém transtornada e confusa
eu vejo alguém sobrecarregada com essa doce e grandiosa missão
eu vejo um terno preto e armas em mãos
eu vejo desamores e desencontros
eu vejo palavras de omissão para tentar me proteger
eu vejo gulodices de toda a espécie
eu vejo catacumbas abertas e suas entranhas revoltas
calma, deixe esse ódio para trás que ele não te persegue mais!

eu vejo alguém com um semblante sofrido
eu vejo alguém com uma vida tão serena e tão marcada
eu vejo alguém com tanto dinheiro e tão pouca fé
eu vejo você em seu mais doce trono
e nada a dizer ou fazer o dia todo

eu vejo alguém que não vive
eu vejo alguém que não ama
eu vejo alguém confusa e bitolada

eu vejo lotes de paranóias
eu vejo caravanas de palavras sem fundamentos
eu vejo discursos ofensivos
eu vejo o mais imenso e seboso orgulho ilustrado
-que o Homem sobre a terra jamais pôde conceber-
eu vejo o Céu
mas não pode
eles está tão longe para eu o tocar... 




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Rônaldy Lemos
Enviado por Rônaldy Lemos em 26/12/2006
Código do texto: T327973