Sob um teto
quando estou de frente para o mar
e ele me encara calmo e agressivo e gigante
lembro o quanto eu sou um nada
o quanto sou menor que uma gota no universo.
quando retomo a leitura do mesmo livro
pela segunda ou terceira vez
me lembro do quanto eu gosto do Raskólhnikov
e da florzinha em seu papel de parede.
quando eu chego em casa
e sei que não faz diferença se minha perna tem pelos
eu me lembro o quanto a melhor parte de sair
é estar de volta.
quando eu escrevo...
eu costumava me sentir sob um teto.