No fogo da inquisição.
Eis que me jogaram no tribunal de inquisição.
Em pleno ano 2011 fui entregue na mão da censura.
Me retalharam por inteiro.
Destricharam minhas fragilidades e dificuldades.
Negaram todo o contexto de minha luta.
Apontaram o dedo para minha cara e me chamaram de incompetente.
Negaram todas arbitrariedades impostas a mim.
Negaram todo o contexto de minha luta.
Me culparam por tudo.
E me acusaram.
Sim, me acusaram de idealista.
E talvez eu seja mesmo culpado por ser idealista num mundo que mata diriamente todos os sonhos e ideais.
Sofri na pele a dor e a injustiça de uma acusação sem contexto e totalmente inquiridora, mecanicista, funcionalista e positivista.
Pois, que não me deixaram muitas palavras.
Fui sutilmente pressionado a ceder de certa forma às palavras da acusação.
Não me disseram nada de positivo sobre mim.
Só apontaram meus defeitos.
Não apontaram nem sequer uma qualidade.
Me lançaram no fogo da inquisição.
Sem direito a nada.
Faltou análise de contexto.
Faltou humanidade.
Faltou companheirismo.
E faltou acima de tudo justiça.
Sim, mas eu nada pude fazer para me defender.
Fui julgado, condenado e atirado ao fogo da inquisição.
E agora nada mais me resta além de presenciar a morte de meus sonhos e ideais.
Porque agora só resta o silêncio e a dor da injustiça enfiada goela abaixo.
Eita mundo injusto.
Eita gente desumana, filha do maldito capitalismo.
Falta verdade.
Falta ética e companherismo.
E falta acima de tudo humanidade.
Mas, eu nada posso fazer.
Agora só resta ver meu coração a cada dia endurecer e presenciar diariamente e perpetuamente a morte de meus sonhos e ideais.
Sim, a mim só resta observar a mutilação e destruição de tudo que eu sempre acreditei.
Enfiaram uma faca no coração de minha utopia e agora eu sou apenas o silêncio de uma voz obrigada a se calar diante de tanta sujeira e injustiça.
Sim, porque eu ainda estou ardendo.
Minha alma e meu coração ainda ardem continuadamente e diariamente no fogo da inquisição.