Desilusão

Dôo

Com minh’alma

Essência pura e rara

No vôo da arára

Embalo o meu canto.

No verde inocente,

Mata virgem manto

No azul espanto

No mar desencanto.

Vou tecendo as letras

Embalada à dor

Já não há frescor

Foram-se as estrelas.

E a agonia

Ecoa na margem

Tanta ironia

Escondida á maquiagem.

Onde chora o rio e sangra a natureza

Onde nem miragem

Pra encontrar beleza.

O sorriso é seco

O ar rarefeito

Fenece a flor

Cristaliza o horror.

E na maresia

Canta a poesia

Mas não há mais mar

Tudo foi pro ar.

E dôo

Um coro

Um canto sofrido

Choro reprimido

Opaco sorriso.

sem eira

À beira, sem mar.

Isaías de Souza Pádua
Enviado por Isaías de Souza Pádua em 20/12/2006
Reeditado em 23/12/2006
Código do texto: T323392