Desilusão
Dôo
Com minh’alma
Essência pura e rara
No vôo da arára
Embalo o meu canto.
No verde inocente,
Mata virgem manto
No azul espanto
No mar desencanto.
Vou tecendo as letras
Embalada à dor
Já não há frescor
Foram-se as estrelas.
E a agonia
Ecoa na margem
Tanta ironia
Escondida á maquiagem.
Onde chora o rio e sangra a natureza
Onde nem miragem
Pra encontrar beleza.
O sorriso é seco
O ar rarefeito
Fenece a flor
Cristaliza o horror.
E na maresia
Canta a poesia
Mas não há mais mar
Tudo foi pro ar.
E dôo
Um coro
Um canto sofrido
Choro reprimido
Opaco sorriso.
sem eira
À beira, sem mar.