Tempestade solar

Fulge um sol na bandeira da Argentina,

o real dorme, por trás da cortina;

já que ora, só temos aquele,

que tremule e brilhe, ele…

Figura é simulacro, graça da luz,

sem a qual, não ostenta nada;

vãs as relíquias do relicário,

se o escuro sonega a graça pintada.

Mas pode, o teto clarear novamente,

nele, Hélio, luzir de repente;

vivam aí, as figuras, aumentem mais

além daquele, brilhe o sol do Uruguai.

Sem ele, digo, ela, meu dia é noite,

como se não amanhacesse,

solidão domadora estala o açoite,

sonegando a luz de meu interesse.

Estrela de quinta grandeza?

De quinta essa conclusão senil.

Apenas estrela, de rara beleza,

a ser bordada, na bandeira do Brasil…

Leonel Santos
Enviado por Leonel Santos em 21/09/2011
Código do texto: T3231913
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