Esperança doentía

Um domingo que não deu risos,

nem descanso à mão que labora;

fútil espera por amor de Narcisos,

tantos espelhos d’água lá fora…

Ruas de escoar vaidades,

escoando, num vai e vem;

turbas alheias, futilidades,

que passam sem ver ninguém.

Um vício arde nas narinas,

outro queima na garganta;

quantos com um véu por cima,

ajoelhados aos pés da “santa”?

Domingo que não deu frutos,

inda que em pleno outono;

velhos pesares irresolutos,

giram no parque do abandono.

Na ciranda do abandono real,

brinca o engano insistente;

daltônico ante o sinal,

pra não perder totalmente…

Tola criança mimada,

nega febre temendo o remédio;

pendurando luzes na sacada,

pro brilho disfarçar o tédio.

Necessário é, que Deus ajude,

para discernir a diferença;

quando esperança é saúde,

e quando é sintoma de doença…

Leonel Santos
Enviado por Leonel Santos em 17/09/2011
Código do texto: T3224660
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