Amor Desperdiçado

Agora, que tenho tua atenção,

preciso finalmente desabafar...

Expelir o que está à me sufocar,

e a causa de tanta indecisão...

Sim! Eu sou muito inconveniente!

Por isso, me odeias e desdenhas...

Porque, te faço sentir vergonha...

Temes, que eu seja inconfidente!

Também te conduzo à irritação...

Por não ir muito além das palavras,

que no somatório, são quase nada!

Esgotam-se somente na intenção...

Te quero muito, e sei que é verdade...

Mas estou completamente incapacitado,

em decorrência das ciladas do passado!

Sequer te toquei, e já sinto saudade...

Infeliz a minha síndrome de avestruz...

Enfio a minha cabeça no travesseiro,

e faço disso, um ato quase rotineiro!

Ritual de desejo, por quem me seduz...

Desculpe, não conseguir ser objetivo...

É mais um, dos meus inúmeros defeitos!

Porém, já conheces bem esse meu jeito!

De quem não consegue um bom motivo...

A confusão extravasa qualquer paciência!

Culpa desta indefinição de dar pena...

Resquícios de uma depressão plena...

Frustração que surgiu lá na adolescência!

Então, me perdoe pela derrota precoce!

Minha timidez bloqueia qualquer ação...

Minha insegurança não permite reação...

Me sinto um diabético querendo um doce!

Vejo os teus braços abertos à me esperar!

E isso somente aumenta a minha agonia...

Luto para superar minha atitude doentia...

Porém, tudo resume-se no medo de amar!

Covardia imbecil, que só faz me diminuir!

Tua felicidade não deve mais esperar...

Vai lá encontrá-la, em um outro lugar...

Sou um castelo de cartas prestes a ruir!