O voltar
Saí da minha casa e fui morar na sua
e ela era tão fresca, e era tão bela
que pena haver nela tantas portas
e nenhuma, nenhuma janela!
Nenhuma, nenhuma janela
que desse para o que sou
tantas portas, tantas portas abertas
nenhuma em mim se fechou.
Fui lá fora ver se via
o tempo de estar sozinha
do antes de haver outra casa
que me levou o chão da minha.
A velha angústia de sempre
me abraçou, enternecida
Que saudade da minha janela
onde lamento, livre, a vida!