Gato escaldado

O espinho feriu a mão

e então guardou a rosa,

oscilando na noite,

inda presa ao talo;

o latido ameaçador

feriu o silêncio

e guardou o átrio,

mesmo sem nada a ameaçá-lo…

Ao chocalho do ofídio

o pé guardou distância,

detida a ânsia do passo

nas cordas do temor;

pelo medo da perfídia,

o tatuado pela insídia

não tira a camisa,

negando que precisa do amor…

Ao aceno do ginete

nasceu o galope,

a cavalgadura receosa

do “estímulo” do açoite;

entornado o refrigerante,

o gato escaldado

saltou precipitado

e sumiu no breu da noite…

Leonel Santos
Enviado por Leonel Santos em 09/09/2011
Código do texto: T3208871
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