AO CORRER DAS PENAS

Neste revolto mar de penas enrolado

espuma branca, voz feitiço, desenvolta,

cada minuto e hora e cada passo dado

sem fundo à vista e horizonte, margem solta.

Preocupações e sonhos meus já desvendados

as mesmas brumas, sensações e sementeiras,

terras estéreis, fartas leivas desventradas,

amargos frutos, mal colhidos, triturados

vidas humanas sempre gastas de mil maneiras.

Penas e penas gastas, penas misturadas,

penas, tristezas, minha pena entristecida ...

Angústias minhas que não sinto em minha vida

por estas penas bem fartas estarem de saída

e não poderem mais voltar, só resgatadas !

Frassino Machado

in RUDIMENTOS

FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 17/12/2006
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