Enquanto o "eu mulher" desperta,
o "eu poeta" prefere hibernar.
Vivemos assim eu e ela em disputa,
para ver no final do duelo
quem continua existindo.
No mundo real,não há espaço para o antagonismo.

CANSADA DE MIM
Cansada de mim e da vida,
debruçada nos meus ombros fico assistindo.
Janela sem moldura e isenta de paisagem ao fundo.
Desfolho trevo de quatro folhas e deixo as pétalas como marcadores de livros.
Como os versos e a chuva são  dois paliativos,
respiro fundo e retomo o papel de redadora. 

Meu diário
Na verdade, não tenho saudades 
nem da mulher e tão pouco da poetisa.
E sim da menina que em mim existia
que sonhava e escrevia no diário,
achando que ia dar certo tudo que grifava.

Railda
Enviado por Railda em 04/09/2011
Reeditado em 02/12/2016
Código do texto: T3200409
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