Rota Perversa
Luzes coloridas que cegam...
Em plena dança estrênua,
ocultam os que te apupam,
interferem na tua febrícula.
Estridente é o som sistemático,
abalando a tua resipiscência,
masoquismo no serpentário,
um entrevero, sem consciência.
Finda teu ato, com uma ova,
sem intercessor ou improviso,
o teu ganido é o aí da cova,
de artista desvalido e caído.
E só restou a duvidosa beleza,
que de certa forma te sustenta,
o que é verdadeira surpresa,
no meio de tanta droga barata.
As doses são tua eterna fuga,
lá na trincheira dos covardes,
com maquilagem sobre rugas,
riso e confusão dos confrades.
Mas nada mais pode ser dito,
é tarde para qualquer saída,
a tua mudez é a prova disto,
o limbo é a opção escolhida.
Restam as paredes mofadas,
e a velha mobília do camarim,
que viram a última suspirada,
testemunhas do teu triste fim.