Calando a alma
Não há como te entender,
óh alma humana!
Cabelos brancos, troféus
de sabedoria que a vida ensina,
que vê o mundo sem véus,
despido dos sonhos de menina,
incapaz, porém, de compreender
a essência que de ti emana.
Envolta em conflitos sem sentido,
que arrastam pesados grilhões
e o tornozelo faz sangrar,
gritando ao mundo num gemido,
misto de dores e paixões,
em meio ao turbilhão
que surdo se faz gigante
oprimindo o coração amante.
Desferindo o golpe fatal
de quem não quer o mal,
faz muda a que gemia
que, encolhida, se refugia
na inconsciência dormente,
onde, incapaz de incomodar,
Vegeta somente,
esperando a vida passar!
Lídia Sirena Vandresen
(10.04.08)