SONHO DE MENINO NO CIRCO
SONHO DE MENINO NO CIRCO
A moça se equilibra no arame
Sua sombrinha é fulgurante
Sua beleza é de judiar da gente
Despe-se ainda no fio
Lentamente... só para dar suspense
Meus olhos arregalados nem piscam
A equilibrista tem por baixo roupa de malha
Bobo sou eu em pensar que ela estava nua
Aquelas saliências voluptuosas
Quando criança me deliciava com segredos
Tinha a mente virgem de caraminholas
Mas sabia esperar pela lógica
Depois menino ainda, impaciente
Queria ver o que havia debaixo da vestimenta
Não da equilibrista... das dançarinas!
Me fiz adulto... hoje não quero ver nada
Espero apalpar, usufruir das delícias antigas
Mas sou atropelado pela razão
(maio/1984)