De repente

De repente a vida passa,

o mundo disfaça,

tudo fica sem graça

e o meu amor vai embora.

De repente o sonho vira pó,

a garganta dá um nó,

a gente sai de bem a pior,

e confundo o ontem com agora.

De repente o amigo vira inimigo,

o silêncio vira grito,

a flor se torna espinho

e me perco na história.

De repente fico sozinho,

como um pássaro sem ninho,

a procura de um caminho,

doce fardo da derrota.

De repente sou poeta,

em outra um atleta,

fingindo pra platéia

que meu alvo é a vitória.

De repente tudo muda,

a alegria fica muda,

o meu sol se vira em lua,

e sigo o destino que bate em minha porta.

Nelson Rodrigues de Barros
Enviado por Nelson Rodrigues de Barros em 13/12/2006
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