Rotina
Rotina...
Eis que antes eu era o Tônico do proibido...
Eis que era o sortilégio da jogatina da paixão...
Eis que antes era a voz da esperânça....raiando no coração..
Era o rugido da pantera...
Era o grito da liberdade...reverberando ao fundo da cela de aflição
Era o acalento da vida encoberta...pelo encantamento de uma nova emoção..
Era a ausência presente....
Era o bem querer nesta terra tua de insatisfação
Assim era eu...quando nos uníamos sob o pretexto da espera...ocultos pela escuridão dos dias...acalentados nesta chancela...de deixar-se alegrar com a voz do outro lado da linha.....ou mesmo maquiada por um estático sorriso...no computador..
Não nos importávamos se era dia...se era noite...madrugada...se era proibido...dissimulado...tudo era intempestivo porque ambos nos sentíamos possuídos pela alegria de nos escutarmos...
O frenesi...dos enamorados...
O ócio dos inebriados...afoitos de sorverem as gotas lúbricas do coração...
As coisas se resolveram....os ânimos se aqueceram e o silêncio levou consigo o calor de tudo que sentíamos....não houve brigas nem cenas estapafúrdias...
Afinal...
A rotina foi a sina destas almas moribundas....
A mesmice te transformou num ouvinte dissimulado...preocupado consigo mesmo...
E me transformou numa medíocre voz...miserável....sequiosa de afeto....mas diante do óbvio...eu feito um feto...mal nutrido ao invés de crescer...sucumbi...a latente indiferença....a paga mais vil e pestilenta pra uma alma maltratada e sequiosa de apenas atenção...
Assim as luzes se apagaram....os laços se desfizeram......os corpos se separaram...e só o vazio permanece doído e inenarrável.........e ainda abastece os olhos baços....desta que ainda sorve os minutos.....nessa...malograda....ROTINa....sina...Rotinaaaaaaa...sina....rotina..sina....lastimável...que segue...maltratando os sonhos...desta mulher....menina...