Batidas lentas de um coração sofrido.
Agudo o tom do meu coração, escuto o som.
Batidas lentas de um coração sofrido.
Mergulhado em teias de aranha, minha alma o peito arranha.
Caminho feito barata tonta, coração partido ao meio.
Eu, pedaço de mim jogado na boca de leões sanguinolentos.
Perdido em burocracia, minha vida derretida feito vela em noite de profunda escuridão.
E não há tempo em que eu não sinta solidão.
Minha alma viaja por noites obscuras.
E eu já não confio mais em nada nem em ninguém.
As pessoas são más e interesseiras.
E minha vida está cheia de palpites sem vergonha.
E eu já inundei minha fronha com minha lágrimas.
Perdido, rendido, atordoado, mergulhado no abismo.
Sou eu essa completa desilusão.
Eu estou só sozinho perdido na imensidão.
Não há caminho em que não haja escuridão.
Pessoas vem e vão na minha vida, e eu acabo por jamais encontrar o que tanto procuro.
E já não acredito mais em nada e nem em ninguém.
Passo a vida a procurar e a esperar pelo trem da felicidade.
Mas, o trem não vem, nunca mais virá.
E eu sou um passarinho preso na gaiola, perdido em labirintos.
Estou perdido em nuvens de papéis e burocracia.
Minha vida já não tem poesia.
E eu sou o rabisco de um mundo cão sem coração.
Urubus comendo a minha carne em vida.
Sou uma alma esmagada, esparramada, cuspida e escarrada.
E agora?
Agora não há nada a fazer, além de esperar o trem da morte passar e de uma vez por todas me levar.