Como é relutante amar
E quando tudo está assim estranho,
Sinto ódio ao lembrar-me de ti
E achar que só você poderia ser a única pessoa
A apagar essa tristeza que me consome de todo agora...
Às vezes me sinto utópico ao pensar que não se existe mais amor,
Que sentimentos tão puros e inocentes
Podem ser tão menosprezados e rebaixados à indiferença...
E nessas noites,
Onde já não se pode mais conter as lágrimas insistentes que caem dos olhos de um desesperado,
Tudo é confuso, tudo é solidão...
Nos sentimos sozinhos em meio à multidão,
Nos falta um pedaço...
Nos falta uma razão de estar vivo em meio a tantos problemas e injustiças!
Não me sinto vivo.
Não mais...
Preciso de alguém que me mostre que estou chorando pela pessoa errada,
Que me mostre a verdadeira essência do que é viver, do que é se sentir vivo!
Do que é amar e se sentir amado!
Preciso de quem me mostre o caminho certo a se seguir,
E vá comigo até o final deste...
Mas quando as noites frias, gélidas e pálidas me envolvem,
Vêm com ela a desesperança, o desafeto, a solidão e o desamor.
Amargos como o fel que sai das entranhas de quem um dia proferiu palavras de encanto a quem se sentia sozinho...
E em meio a isso tudo, o único consolo que tem uma pessoa desesperada, assim como eu,
É escrever seus inúteis e fúteis sentimentos em uma folha de papel efêmera, que não ama, que não ouve...
Que só guarda palavras escritas com uma tinta fria, seca, inútil...
Inútil como os sentimentos escritos, descritos...
Descritos para sentirem pena,
Escritos para serem esquecidos, ou simplesmente relidos...
Re-julgados como algo fútil e inútil.
Remexidos como feridas abertas com sal...
Que não me deixam esquecer como é relutante amar...