Morte

Alguns dias acordamos cansados

Fadigados e extenuados de viver

Vemos tudo como um trágico fado

E então, compreendemos porque morrer.

Trabalhamos, trabalhamos...

Sem algo para receber

Nos enganamos e saciamos

Construindo sonhos de poder.

O dia começa exaustivo

Sem novidades para acontecer

Sem desejos ou motivos

Vamos nos acostumando a esquecer.

A mulher grávida anda e chora

Com suas mãos segurando, tentando conter.

Um vivente que quer ver o mundo afora

Com seus próprios olhos conhecer.

Começou de novo o que ficará velho

De todos os choros, o melhor é o de nascer.

No universo de estrelas, um centelho.

Abriu, brilhou e agora vai escurecer.

Henrique Rodrigues Soares – O que é a Verdade?