COISA NADA
Um dia qualquer,
Saio sem nó de mim,
Num espaço que traço,
Pisando o frio do solitário,
Sem remorso no inverso de alguém,
Querendo apenas de mim,
Afogar meu transparente soluço,
Buscando horas sem desculpas,
Em alheio desatino,
Sem esbarrar-me em sombras.
Eis que o menos é mais,
Sempre onde houver curvas,
E é bem estas que te acham,
Sem o esforço da procura...
E nem mesmo de fato,
Tanto que permeio entrar sem fugas,
Soçobrando-me da imagem,
Do dia que quer logo se acabar.
Na matemática que somos,
O total se desfaz sem soluções,
Na historia que é costurada,
Na trajetória das ciências...
Há..., veja só!
Mesmo assim,
Na alma não minha, oculta,
Assisto-a sem ser os olhos meus,
E não a noto por aqui;
Pois, fico a construir-me desconstruindo o tempo...
A vida gorda a lamber nas horas o que ainda se passa,
Zombando da outra vida magra aos outros morrendo...
Lá atrás no sussurro do ontem,
Via eu uma frase estampada:
“Antes uma pequena coisa de nada do que um nada de coisa nenhuma”