TUMOR

O nada vai corroendo o ser

E cresce

Alimentado pela vida que mata

É um monstro

Não é vazio

É uma massa sem vida

Que se alimenta da vida

O corpo roubando o oxigênio

Da alma

Fúria sem ira, irracional

Não tem rosto, não tem

Sua linguagem é muda, não é

Se multiplica, mas não gera

Se espalha, mas não é fértil

A morte que come a vida

Sem razão, sem emoção, sem desejo.

Um silêncio que rouba o som dos risos

Do gozo, da revolução.

Poder? Podre massa;

Nefasta, infesta o tempo

Distorce as horas

Apaga o clarão.

INALDO TENÓRIO DE MOURA CAVALCANTI
Enviado por INALDO TENÓRIO DE MOURA CAVALCANTI em 12/08/2011
Código do texto: T3156714