Mortos no jardim
Teus cabelos o primeiro mote,
Teste ao meu dom no improviso;
Sóbria sem nenhum decote,
Quem disse que era preciso?
Bebi o mel de tua linda taça,
Antes mesmo de romper o lacre,
Duvidei que herdara tua graça,
Plácido de Castro conquistou o Acre.
Tive ciúme até da natureza
Quando no riacho, nadastes nua,
O protetor, de augusta pureza
Ante a espontaneidade tua.
A relva ouviu nossos anseios,
Sobre ela nos rimos da sede,
Fui a primeira criança em teus seios
O primo parceiro em tua rede.
Tudo ia bem até que foi mal,
Nossa aventura sofreu embargo,
Olhaste sequiosa outro quintal,
Presumindo doce, o fruto amargo.
Elefantes pisaram meu jardim,
E nos perdemos, nesse cautério,
O terreno que era beleza, enfim,
Recebe mortos, é um cemitério….