O vento II
Desta vez trouxeste flocos
Brancos como teu moralismo
Impregnaste-me o corpo límpido
Gritaste audaciosamente
Quando não te dei atenção
Apelaste para a indiscrição
Agora tu és tudo que vejo, ouço e sinto
Num horizonte propositalmente limitado
Em preto e branco, triste e finito
Regido pelas ordens tuas
Guiado pelo meu sentir
E amaldiçoado por ser assim
Tocaste meu ser por inteiro
O juízo foi dilacerado
Em suma, só restou um borrão negro
Ao qual me refiro, apaixonado.