Lamúrias

Quedas constantes no chão de amarguras

A lágrima corta as montanhas dos rostos

Cabelos bagunçados, presença esquecida

Sofrimento pela riqueza não possuída

Um céu sem estrelas anuncia a tempestade

De gritos clementes por dignidade

Cansados estão de engolir palavras

Indigestas, ilusórias, proferidas sem nexo

Mas carregadas de uma lógica mortal

Almas sucumbidas vivem esperando

Um olhar que sempre diz "Vou chegar"

Uma esperança que quase sempre morre

Afogada pelo mar de angústias

Ao nascer, primeiras impressões da Terra

Um lugar ocupado pela dor

Pela síndrome do pânico

Nem as minhas ideias estão seguras

Pois somos submetidos a uma lavagem cerebral

Ensaios de falsas políticas

Um meio inteligente para roubar

O sistema não permite a luz

Capaz de abrir os olhos comuns

"Iluda, eles não sabem o que fazem"

Sem ação vivemos parados no tempo

Voz do povo, voz de Deus?

Será que Ele não fala, então?

Não quero crer e querer isso.

Quedas constantes no chão de amarguras

A lágrima corta as montanhas dos rostos

Cabelos bagunçados, presença incômoda

Sofrimento pelo amor não recebido.