Medo da rua.

Nunca quis sentir isso.

Sempre quis ser feliz.

E o caminho aberto para a liberdade é a rua.

Mas, por mais que eu não queria.

Por mais que tente, eu não consigo deixar de sentir medo.

Sim, eu tenho medo.

Eu tenho medo da rua.

Pois que a rua é o caminho aberto para a liberdade.

Mas, ela é também caminho aberto para a maldade do mundo.

Pessoas saem pelas portas de sua casa para tentar ganhar o pão, mas não sabem se vão voltar.

Deus, como a rua é espaçosa e perigosa!

Olhos a espreita durante a noite procuram por vítimas sem brindagem e segurança.

Perdidas na rua, pessoas sem recursos andam apressadamente num continuo desespero que beira a angústia da morte.

E eu que nem lar direito tenho.

Me refugio em meu barraco, esperando que a violência da rua ali não entre.

Porque eu tenho medo da rua.

Ah, eu tenho muito medo.

Pois, que ela é o portal por onde se pode viver ao sol.

A rua produz sonhos.

Vemos praças.

Presenciamos crianças brincando.

Asssitemos a beleza de lojas de mercadorias, as quais talvez nunca possamos comprar.

E é na rua que se pode compartilhar um encontro com um amigo.

Meu amor, ou mesmo o seu, pode estar numa rua qualquer dessa vida.

Mas, a rua, lugar onde a vida humana se movimenta, é também lugar onde se perpetua a morte.

Gente matando gente.

Carne cortando carne.

Irmão roubando irmão.

É tudo triste demais!

E essa tristeza, meu amigo, cabe até numa canção.

Porque eu não perdi o medo da chuva como disse o poeta.

E não perdi menos ainda o meu medo: o meu medo da rua.

Cuidado com a rua, companheiro!

Cuidado! Porque a maldade da rua pode entrar na sua casa e te ferir, até não haver mais solução.

Seja cuidadoso, irmão!

Aproveite a rua, mas tenha sempre cautela!

Porque se na rua encontramos a luz, as trevas também podemos encontrar.

Por isso saiba por onde andar, e nunca, jamais saia de sua casa, antes de entregar sua vida, sua alma e seu coração a Deus todo Poderoso.

Marcos Welber
Enviado por Marcos Welber em 31/07/2011
Código do texto: T3130438
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