ERA UMA VEZ
ERA UMA VEZ
Numa época remota,... Era uma vez,...
Um planeta,... Onde nas cidades
Só se viam atrocidades.
Homens que mais pareciam... Lobisomem
Torturavam e matavam com hediondez
Inexistia com fartura,... A caridade
A forma de vida que nos foi doada com bondade
Era abortada com os requintes benevolentes do homem.
Sedados governos cediam os meios para destruir todo meio
Desgovernavam os rios para seus caudalosos anseios.
A mata era morta para pastar as reses com a morte desse Veio
Os ninhos, que habitavam esse seio, faziam-se extinção dos bons meios.
Os estupros assaltavam as delegacias
O amor impaciente divorciava os casais
A falta de compreensão saciava-os sem entremeios.
E a sã sociedade exigia suas regalias.
As crias exploradoras de seus pais
Faziam do álcool,... Vis recreios.
Em todo lar havia uma cruz,...
No estuário da fé, faz-se o educandário da pedofilia
E no ar,... Pairava a falta de luz
Soterrada sob a ganga da idolatria.
Esse arcabouço de ignorância e obscurantismo
Alavancaram a imoralidade com conformismo.
Era sensata a venda de corpos para todo tipo de deleite
Prostituíram os ideais, para angariar luminescentes reais.
Ressumam o melhor de suas aparências com quem se deite
E jazem suas proficuidades na cegueira da lei dos ilegais.
Os traficantes da ascensão ao torpor
É o corolário da ausência do desabrochar da flor.
A morte se fazia maternidade contínua
E sem escolhos era o cemitério da eqüidade.
Davam o prosseguimento propício na propagação da dor
Acarinhavam famílias... No inicio, execrando o amor.
Saneavam armas divinais para colonizar a paz contígua
Medicavam o sangue do seu próximo no orbe de iniqüidade.
Era uma vez,... Orações de amparo e profilaxia
Que harmonizou internado na terapêutica da hipocrisia.
O povo pertinazmente acreditava em qualquer Deus
Mas era perecível na fraternidade com os seus.
Muitos impingiam tantos a adorarem inúmeros deuses
Engendravam flagelos para sua devoção com barganha
Glorificavam a fama, na gana de sua beatice tacanha.
Qual dos seus Deuses seria o Deus dos Deuses?
Um dia,... Foi enviado a essa selva de horrores
Anjos, que cobrariam essa dívida sem penhores
Crédulos e incrédulos com seus santos bastardos
Foram dizimados, junto com seus mitos forjados.
A nau dos maus sentimentos seria detida no vau,... No sopé.
E os que antes eram nossos protetores
Obedeciam às ordens do Pai do Nosso Senhor.
E com a mesma desumanidade que revelaram
Foram varridos da humanidade que lhes foi abençoada.
Ouviam-se vagidos lancinantes no útero dessa ruptura da fé
O vôo das pragas silenciava a vida dos que se julgavam superiores
O céu enegreceu, o chão cedeu e o mar vomitou espíritos sem cor.
E nessa nação de desamor, a todos, os anjos debelaram
E, a escuridão,... Iluminava essa terra, agora, amaldiçoada.
Nesta usina de gente soez,... Onde há irmão vendendo o pão para endeusar o vate
Toda vez, com polidez, a mão consoladora concedia o perdão a essa gente insana.
Na clausura do amor, em todo violentador, o xeique dos céus, havia dado o xeque-mate.
Era uma vez,... O dia,... Que Deus perdeu a fé na raça humana.
CHICO DE ARRUDA.