FAROL
Sobre o mar que outrora revolto se encontrara,
Agora paira uma gélida neblina, escura e densa,
Distinta, ofuscando a visão do navegante.
A nau antes habitada, agora fantasma,
Fria, gélida,
Que não impede a visão de uma ida,
Outra nau que navegava ao lado,
E que agora decide partir.
Não há farol que por ela penetre.
Direção, não encontra.
Perdida, ela paira,
Sendo levada, ora a bombordo,
Ora a estibordo.
Pelo vento que também não é constante.
De uma mansidão que implora uma tormenta,
Nada resta,
A não ser a certeza,
De que a luz do novo dia vem chegando,
Trazendo a bússola do tempo,
Que sempre aponta a nova direção.