Cacos de vidro e tijolos inteiros

Dá gosto de sangue na boca

Tentar entender a criança que ainda é toda medo

Do escuro, dá pra se ver todos os focos de luz

E entre eles há uma felicidade ignominiosa

Mas quem dança aqui desse lado, nunca está bem

Ser solto e liberal?

Ser conde e sem casa?

Não entendo onde as coisas estão

Elas estavam aqui

Eu ando tão perdido quanto averso à vontade

A rouquidão matinal agora é pós meio dia

A procura por “paz” esgota-se ainda no primeiro momento

E outra hora ouvi uma voz estranha

Que disse: “Mas não é com você”

Parece bobo, e de soar tão mesquinho … parece maldade

Mas não é com você, agora sim …

É comigo, coisa de “eu e mim”

Sempre é

Sempre foi

Às vezes eu vejo pessoas jogando cacos de vidro e tijolos inteiros …

Em outras pessoas, pelo simples de fato de não entenderem o simples fato de que nem todo mundo tem que ser rigorosamente um particular seu

Isso dói

Eu já não sei o que dizer

E fazer … já se tornou decepcionante

Convivo com armas, com fogo

Com gente que não gosta de gente

Parece castigo …

Eu só queria acordar sorrindo

E gostar de estar de pé agora

E de ter estado em pé aos 11

E de ter estado em pé aos 12

Sabe?

Algo ainda vai valer a pena

Não é possível.

Daniel Sena Pires – Cacos de vidro e tijolos inteiros (Obrigado) (27/07/2011)