DISTANTE

Por quanto tempo ainda vou acreditar nas tuas palavras?

Elas parecem tão sinceras, mas será que são pra mim?

Eu pareço real, acho que sou real, ainda assim não o suficiente pra competir com uma ilusão, com uma fuga.

Luto contra o meu eu que insiste em carregar no peito a frustração da esperança que foge entre meus dedos,

Será que insisto ou desisto?

Tento ou lamento?

Não faz diferença, afinal, onde anda teu pensamento?

Está caminhando para longe da minha segurança, na direção escura.

Abandonando o porto que te dei, lutando pelo que não tem, pelo que nem sabe se é real.

Aqui vivo minha desilusão,

Quebro as correntes das tuas palavras.

Aspiro sonhos irreais, como aqueles que me trazem tua ausência.